Trabalhar nos Estados Unidos: como conseguir emprego em empresas americanas

Trabalhar nos Estados Unidos é uma opção tanto para brasileiros com qualificação quanto para aqueles que estão com dificuldade em se inserir no mercado de trabalho.

No país dono de uma das maiores e mais fortes economias do mundo, sempre há oportunidades para as mais diversas profissões.

Assim, viver o sonho americano pode ser algo mais próximo do que você imagina.

Neste guia sobre trabalhar nos Estados Unidos, vamos mostrar o que é preciso fazer para conquistar uma vaga e um visto de emprego.

Como trabalhar nos Estados Unidos?

Trabalhar nos Estados Unidos está longe de ser um sonho impossível para estrangeiros.

Considere, por exemplo, que 17% da força de trabalho nos EUA é formada por imigrantes, segundo relatório mais recente da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas (BLS).

E não são apenas os trabalhadores mais qualificados que têm chances, pois há muitas oportunidades também para quem não possui nível superior, especialmente em áreas com falta de mão de obra.

Há vagas tanto para quem planeja se mudar em definitivo, com um visto permanente e conquistar um Green Card, como para quem busca uma experiência temporária, como é o caso de brasileiros contratados para trabalhar na Disney ou em fazendas.

De qualquer forma, para trabalhar nos Estados Unidos, é preciso antes garantir a vaga em uma empresa americana.

Se a instituição se interessar pelo seu currículo, poderá chamar você para um processo seletivo e se tornar seu sponsor, algo necessário para a maioria dos vistos.

Qual o visto para trabalhar nos EUA?

Existem muitos tipos de vistos que permitem trabalhar nos Estados Unidos e são divididos nas categorias permanente e temporária.

Para obter um desses vistos, na maioria dos casos, é preciso ter uma oferta de emprego nos EUA e o processo de solicitação deve ser iniciado pela empresa que irá contratá-lo, por meio de uma petição.

A empresa precisa ter uma certificação de trabalho aprovada e você precisa atender aos requisitos tanto da vaga quanto do visto desejado.

Após aprovação da petição, encaminhada com o formulário I-129 (temporário) ou I-140 (permanente), é o estrangeiro que deve dar continuidade à solicitação de visto, abrindo um processo consular junto ao consulado dos EUA no Brasil.

Nesse caso, você deve preencher o formulário DS-160 para visto temporário ou DS-260 para autorização permanente de trabalho nos Estados Unidos, reunir documentação, pagar a taxa, agendar e comparecer à coleta de dados biométricos e entrevista.

Veja a seguir os principais tipos de visto de trabalho nos Estados Unidos.

H-1B

Este visto da categoria H é voltado para profissionais altamente especializados em áreas nas quais os EUA são carentes de mão de obra, com duração inicial de três anos, podendo ser estendido para até seis anos.

Embora seja um visto temporário, quando ele expira, o estrangeiro pode solicitar um ajuste de status e tentar o Green Card, tornando-se um imigrante permanente.

Para se qualificar ao visto H-1B, o profissional deve ter diploma de graduação exigido pela profissão equivalente ao bacharelado nos EUA e licença, registro ou certificação que autorize a sua atuação, além de uma oferta de emprego.

H-2A 

O visto H-2A também requer sponsor e é voltado especificamente para trabalhadores agrícolas para desenvolverem atividades com falta de mão de obra em fazendas, plantações, ranchos, viveiros, pastagens, estufas, pomares ou outros.

De natureza temporária, não requer diploma ou especialização na área, apenas preparo para realizar as atividades da vaga em questão.

H-2B 

O visto H-2B é voltado para trabalhadores que estão aptos a desenvolver funções nas quais há falta de mão de obra nos EUA.

De natureza sazonal, temporária ou mesmo de ocorrência única, este visto não requer que o profissional tenha especialização ou formação acadêmica, mas é preciso ter uma oferta de trabalho nos Estados Unidos.

Dentro da categoria H ainda existem os vistos H-3, para estagiários em treinamento e visitante de intercâmbio de Educação Especial, e H-4, para cônjuges e filhos solteiros menores de 21 anos dos portadores de visto H-1B, H2A e H-2B.

L 

O visto L-1 também é temporário e é indicado para transferência intercompanhia de um profissional para uma filial, matriz, afiliada ou subsidiária nos Estados Unidos ou para abrir uma sede no país.

O profissional deve ocupar cargos de diretoria, de gerência ou executivo ou ter habilidades especiais que atendem aos requisitos da vaga.

O visto O, do tipo temporário, atende profissionais altamente qualificados, de habilidade extraordinária em Ciência, Educação, Negócios ou Atletismo, com alto grau de experiência e sucesso comprovado.

E também requer oferta de emprego.

EB-1 

O visto EB-1 é do tipo Employment Based e é permanente, voltado para profissionais com habilidades extraordinárias nas ciências, artes, educação, negócios ou atletismo, além de professores e pesquisadores com destaque internacional e executivos de multinacionais.

Esse é um dos poucos vistos para trabalhar nos Estados Unidos que não requer oferta de emprego, mas possui uma extensa lista de requisitos.

EB-2 

O visto EB-2, também permanente, é designado a profissionais com habilidades excepcionais, reconhecidos por suas conquistas e contribuições e com formação e experiência exigidas pela vaga em questão.

Isso quer dizer que o estrangeiro deve ter uma oferta de emprego para solicitar o visto.

Porém, existe um visto nesta categoria que dispensa a necessidade de sponsor, que é o EB-2 NIW.

Nesse caso, é preciso comprovar que seu trabalho tem mérito substancial e que irá beneficiar a economia, interesses culturais, educacionais ou o bem-estar do país.

EB-3

Mais um visto permanente, o EB-3 atende diferentes tipos de candidatos:

  • Trabalhadores qualificados: experiência ou treinamento de dois anos
  • Trabalhadores não qualificados: não é necessário comprovar experiência
  • Profissionais: com diploma na área da vaga.

Em todos os casos, é necessário ter oferta de trabalho nos Estados Unidos.

Qual a jornada de trabalho nos Estados Unidos?

De acordo com a Fair Labor Standards Act (FSLA), a jornada de trabalho regulamentar por semana nos Estados Unidos é de até 40 horas.

Trabalhadores que excederem esse limite devem receber horas extras que, diferentemente do Brasil, devem equivaler a 150% do valor da hora normal, não importa se aos domingos, dias úteis ou feriados.

E se você quiser saber ainda mais sobre as leis trabalhistas norte-americanas, não deixe de assistir a este vídeo, onde explicamos tudo em detalhes:

Quanto é a hora trabalhada nos Estados Unidos?

O salário mínimo nacional nos EUA é de US$ 7,25 por hora trabalhada, mas 30 estados estabeleceram valores superiores, podendo chegar até US$ 14,49.

Aqui no blog já mostramos o valor da hora trabalhada e a tabela por estados.

Com quantos anos pode trabalhar nos Estados Unidos?

Outra diferença entre Brasil e Estados Unidos é que, dependendo da atividade, é permitido o trabalho para menores de 18 anos.

Veja abaixo o trecho extraído do site do Departamento do Trabalho dos EUA:

  • 13 anos ou menor: babá, entregador de jornal ou trabalhar como ator/artista
  • Entre 14 e 15 anos: certos trabalhos são permitidos em alguns estabelecimentos tais como escritórios, supermercados, mercearias, lojas, restaurantes, cinema e parques de diversão
  • Entre 16 e 17 anos: qualquer trabalho que não seja designado como perigoso
  • A partir dos 18 anos: nenhuma restrição.

De acordo com relatório do Migration Policy Institute (em inglês), 35% dos imigrantes com mais de 16 anos que trabalham nos EUA atuam em cargos administrativos, relacionados à ciência ou às artes.

Vagas de trabalho nos Estados Unidos para brasileiros

Já vai longe o tempo em que brasileiros só conseguiam oportunidades de trabalho nos Estados Unidos em funções de menor exigência quanto à formação.

Um bom exemplo disso são os segmentos de TI e marketing digital, em que as empresas norte-americanas têm procurado profissionais “made in Brazil”.

Seja qual for a sua especialidade, é bem provável que haja um espaço para você no mercado de trabalho dos Estados Unidos.

Empresas americanas que contratam brasileiros para trabalhar nos EUA

Com a expansão do trabalho remoto e os altos custos da mão de obra local, há empresas americanas que estão optando por contratar brasileiros.

Ainda que muitos postos de trabalho sejam para trabalhar remotamente, não deixa de ser uma boa chance de mostrar valor e, quem sabe, conseguir uma vaga para trabalhar nos EUA no futuro.

De acordo com o portal FlexJobs, algumas das empresas que estão de olho nos trabalhadores brasileiros são:

  • Yelp
  • Canonical
  • Upwork
  • Salesforce
  • iSoftStone
  • Culture Trip
  • adaQuest
  • BairesDev.

Não deixe de conferir o vídeo abaixo, onde contamos mais sobre as vagas de emprego nos EUA:

Como conseguir trabalho nos EUA: 7 dicas

É claro que, quando se trata de trabalhar nos Estados Unidos, é preciso levar em conta que a disputa pelas vagas é sempre muito acirrada.

Então, vale ficar atento e seguir estas dicas para você se dar bem:

1. Invista no seu inglês

Ainda que alguns postos não exijam fluência em inglês, é sempre recomendável conhecer bem o idioma antes de se candidatar.

Além de facilitar a comunicação, você também sai na frente de quem está no páreo e não domina a língua.

Nós temos um e-book que ensina como aprender inglês morando nos EUA. Não deixe de ler!

2. Monte um resume

Nos Estados Unidos, o currículo é chamado de resume.

Ele deve ser elaborado conforme os padrões norte-americanos – por exemplo, não se usa foto.

Isso sem contar que, obviamente, o texto deverá estar todo redigido em inglês dos Estados Unidos.

3. Aja sempre conforme a lei

Nada pior para quem quer conquistar um emprego nos Estados Unidos do que faltar com a verdade perante recrutadores ou, ainda pior, agir contra a lei.

Assim, o melhor a se fazer é andar na linha e mostrar o seu valor jogando conforme as regras.

Mentir é um tiro no pé!

4. Começar de baixo não é vergonha

Embora os brasileiros estejam em número cada vez maior nas profissões mais valorizadas nos EUA, o mercado de trabalho para empregos menos qualificados continua a ser uma opção.

Considere essa alternativa, caso não haja oportunidades na sua área, desde que atenda aos seus objetivos e você esteja a par dos riscos envolvidos.

5. Tenha um perfil no Linkedin

O Linkedin é uma rede social voltada para relações profissionais, muito usada por empresas dos Estados Unidos para prospectar candidatos.

Então, procure manter seu perfil sempre atualizado e atraente para ter mais chances de ser encontrado.

6. Duvide de propostas boas demais

“Quando a esmola é demais, o santo desconfia”.

O velho ditado popular se aplica perfeitamente aqui.

Por isso, se você receber uma proposta de trabalho com um salário alto demais ou muito acima do salário mínimo nos EUA, há chance de ser um golpe.

7. Avalie a possibilidade de um Green Card

Existem casos em que o visto permanente pode ser conseguido sem muito esforço.

É o que acontece, por exemplo, com quem tem pai ou mãe norte-americano, ou quem vive legalmente no país há pelo menos cinco anos.

Leia nosso artigo sobre como conseguir o Green Card e assista a esse vídeo que fala sobre o custo do processo:

Quanto custa ir para os Estados Unidos trabalhar?

Os custos de um visto de trabalho variam conforme a categoria, se permanente ou temporário, e o tipo.

Os valores das taxas variam entre US$ 160, US$ 190, US$ 325 e US$ 345, sendo que alguns valores sobem em maio de 2023.

Há ainda os valores das petições (formulários I-129 e I-140), geralmente pagas pelo empregador, a não ser nos casos em que o próprio estrangeiro entra com o pedido.

Os valores são de US$ 460 e US$ 700.

Alguns vistos de trabalho temporário exigem uma taxa adicional conhecida como reciprocidade, com valores de US$ 40 e US$ 100.

Há também custos com consulta médica, no valor de US$ 180, de exames laboratoriais e com vacinas.

E em alguns casos, há taxa de comprovação de suporte financeiro, chamada Affidavit Support, no valor de US$ 120.

Além dos custos com o visto, você também deve considerar gastos com a viagem até os EUA, embora seja muito provável que seu empregador arque com essas despesas.

Tenha em mente que o valor das passagens de avião varia de acordo com fatores como cotação do dólar, preço dos combustíveis, cidade de saída e de destino, época do ano, classe, companhia aérea, duração, número de escalas e outros.

Se você for trabalhar em Orlando, por exemplo, atualmente encontra passagens a partir de R$ 3,7 mil, saindo de São Paulo.

Trabalhar nos Estados Unidos é uma oportunidade inigualável de crescimento.

Para ficar mais perto da realização desse sonho, você precisa estar muito bem informado e consciente dos impactos que a mudança para um novo país representa.

Leia os conteúdos do blog da Imigre Fácil, informe-se sobre vistos e processos e emocione-se com histórias de brasileiros que realizaram o sonho americano!